Química é uma disciplina opcional que integra o plano de estudo do Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias referente ao 12ºano. Tem como objetivo proporcionar aos alunos uma visão mais abrangente da química de maneira a oferecer uma maior motivação por parte de quem aprende, estimular o hábito de relacionar o que se aprende com o que nos rodeia, desenvolver as competências de trabalho como a autonomia, sentido crítico, adaptabilidade e boa comunicação, aptidões que serão essenciais para o sucesso no ensino superior.

Como tema para o projeto a desenvolver ao longo do respetivo ano letivo, decidimos debruçar-mo-nos sobre a Arte, designando o nosso tema de “Química e a Arte”.

A arte é o conceito que engloba todas as criações realizadas pelo ser humano para expressar uma visão sensível do mundo através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros de maneira a expressar ideias, emoções, perceções e sensações.

O grupo optou por trabalhar ao longo do ano a relação entre a química e a arte porque a arte está presente no nosso dia-a-dia, vivemos rodeados de obras artísticas e estamos cientes que para a criação dessas obras-primas, a química esteve como base. Então podemos afirmar que a arte começa com a química e é essa afirmação que pretendemos comprovar com o projeto a realizar ao longo do ano letivo.





domingo, 22 de março de 2015

A Corrosão dos Metais

INTRODUÇÃO


Esta atividade experimental tem como objetivo assimilar os conteúdos sobre as reações de oxidação-redução, através da criação de quadros. Trata-se de uma experiência simples, realizada com materiais de fácil aquisição, como objetos de diferentes tipos de metais, que são utilizados para ilustrar o fenómeno da oxidação dos metais. Os quadros permitem discutir a reatividade dos vários metais utilizados bem como os conceitos de oxidação e redução.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


As reações redox


Na classificação das reações químicas, os termos oxidação e redução abrangem um amplo e diversificado conjunto de processos. Muitas reações de oxidação-redução são comuns na vida diária e nas funções vitais básicas, como a combustão, a ferrugem, o apodrecimento das frutas, a respiração e a fotossíntese.
Uma reacção de oxidação-redução é uma reacção onde ocorre a transferência de electrões entre os reagentes e é constituída por duas semi-reacções: uma semi-reacção de oxidação e uma semi-reacção de redução. A semi-reacção de oxidação é um processo que envolve perda de electrões de um dos reagentes: a espécie química é oxidada e atua como agente redutor (dador de eletrões). Por sua vez, a semi-reacção redução é um processo que envolve o ganho de electrões pelo outro reagente: a espécie química é reduzida e atua como agente oxidante (aceitador de eletrões). Assim, ocorre a formação de, pelo menos, duas espécies químicas novas.
A eletronegatividade, que indica a capacidade de um elemento para captar eletrões, é proporcional ao potencial oxidante de um elemento. Os elementos mais eletronegativos têm um grande potencial oxidante, pois têm grande tendência para formar iões negativos. Da mesma forma, os elementos com eletronegatividades baixas têm um elevado potencial redutor, pois formam facilmente iões positivos.

A ordem de reatividade dos metais pode ser estabelecida tendo como referência os potenciais-padrão de redução (E⁰). Quanto menor for o E⁰ de um determinado metal, mais fácil será a sua oxidação. Desta forma, os metais podem ser colocados numa fila decrescente de reatividade, que obdece à ordenação dada pela Figura 1.

Figura 1- Fila de reatividade de alguns metais.

A corrosão dos metais


            A corrosão é a ação destrutiva que o meio ambiente exerce sobre um metal, dando origem a problemas técnicos e económicos graves.
            Há dois tipos de corrosão: a corrosão seca e a corrosão húmida. A primeira é o ataque sofrido pelos metais por parte dos gases, sem qualquer humidade. Afeta, sobretudo as instalações industriais. A segunda, a mais grave, é provocada pelos agentes dissolvidos na água, no solo ou na humidade do ar.

Influência do pH do meio na oxidação de metais


Existem vários estudos sobre a influência do pH na velocidade de oxidação de metais, sendo de notar que essa influência não é igual para todos eles.
            O níquel, o cobre, o manganésio, o magnésio, o cobalto, o crómio e o cádmio apresentam uma variação relativamente regular: quanto mais ácido for o meio (menor pH), maior a velocidade de oxidação (gráfico A da figura abaixo). O ouro, a platina e o paládio não apresentam alteração da velocidade em função do pH (gráfico B da figura abaixo). O ferro e o aço não são praticamente oxidados no intervalo 4 < pH < 12 (gráfico C da figura abaixo). Já o alumínio, o zinco e o estanho não são praticamente oxidados no intervalo 6 < pH < 10 (gráfico D da figura abaixo).

Figura 2- Influência do pH do meio na velocidade de oxidação.


Assim, quando ocorre a oxidação dos metais, estes possuem cores caracteristicas. O óxido de ferro, por exemplo, apresenta uma coloração castanha avermelhada, enquanto o hidroxicarbonato de cobre (II) exibe uma cor azul esverdeada. Por outro lado, é possível também que a oxidação leve à formação de uma camada superficial de óxido, aderente e protetora, que impede a oxidação do metal subjacente, como é o caso do alumínio.

REAGENTES


-NaCl (Cloreto de sódio);
-Vinagre.

MATERIAL


-Folha de papel cavalinho;
-Pedaços de metais (ferro, cobre, alumínio).

PROCEDIMENTO


1.      Preparou-se uma solução de vinagre de 20% (v/v) contendo cloreto de sódio;


1.      Colocou-se uma folha de papel dentro de um recipiente plástico;



2.      Dispôs-se os metais sobre a folha de papel;


3.      Verteu-se lentamente a solução de vinagre de 20% (v/v) contendo cloreto de sódio sobre os metais e deixou-se a folha de papel a repousar durante três dias;


4.      Retiraram-se os metais da folha de papel e manteve-se a folha de papel a repousar à temperatura ambiente durante dois dias.

REGISTO DOS RESULTADOS/ OBSERVAÇÕES






            Pela observação dos quadros obtidos, pudemos notar que alguns dos metais utilizados foram facilmente oxidados, enquanto outros permaneceram visivelmente inalterados.
Os objetos de ferro, em meio ácido e na presença de NaCl, apresentam uma coloração castanha avermelhada, conhecida como ferrugem. Esta coloração indica que os objetos de ferro foram oxidados. Já os objetos de cobre exibem uma coloração azul esverdeada e os objetos de alumínio apresentam-se visivelmente inalterados, nao ficando marcado na folha de papel.

TRATAMENTO DE DADOS/ DISCUSSÃO DE RESULTADOS


O contato dos metais com a solução de vinagre e sal acelera o processo de oxidação, resultando na produção de cores sobre a tela. Este processo envolve uma troca simultânea de eletrões. As equações químicas abaixo descrevem esse fenómeno.
O ácido acético (CH₃COOH), o principal constituinte do vinagre, é ionizado em água segundo a equação A e o NaCl dissocia-se em água segundo a equação B.

Equação A: CH₃COOH (aq) + H₂O (l) →  CH₃COO- (aq) + H₃O+ (aq)

Equação B: NaCl (aq) →  Na⁺ (aq) + Cl¯ (aq)

Inicialmente, o ferro foi oxidado a ferro (II) – equação C – pelos iões H₃O⁺ presentes na solução.

Equação C: Fe (s) →  Fe²⁺ (aq) + 2e¯

Posteriormente, o ião Fe²⁺, na presença da água, foi oxidado pelo dioxigénio, originando o ião Fe³⁺, sob a forma predominante de Fe₂O₃∙xH₂O (ferrugem) – equação D. A quantidade de água associada a este óxido pode variar (x).

Equação D: 4Fe²⁺ (aq) + 3O₂ (g) + xH₂O (l) →  2Fe₂O₃∙xH₂O (s)

A formação de ferrugem foi, também, promovida pela presença de NaCl na solução preparada. Segundo a equação B, da dissociação do NaCl em água resulta o Na⁺ (ião positivo) e o Cl¯ (ião negativo). Assim, este sal em água aumenta a condutividade da solução.

O cobre e as ligas metálicas que contêm cobre, em meio aquoso com ácido acético e quando expostos ao ar, oxidam-se, ficando cobertos por uma cor azul esverdeada (azinhavre)- hidroxicarbonato de cobre(II)- segundo a equação E.

Equação E: 2Cu(s) + CO₂(g) + H₂O(l) + O₂(g)→ CuCO₃∙Cu(OH)₂(s)

Analisando a fila de reatividade dos metais, verificamos que o potencial-padrão de redução do alumínio é inferior ao do ferro. Assim, o alumínio reage mais facilmente com o oxigénio do que o ferro. Todavia, quando o alumínio reage com o oxigénio, segundo a equação F, é formada uma camada de óxido de alumínio que adere fortemente à superfície do alumínio, impedindo a corrosão subsequente. Desta maneira, os objetos de alumínio não apresentaram nenhuma cor em particular e não coloriram a folha.

Equação F: 4Al (s) + 3O₂ (g) →  2Al₂O₃ (s)

CONCLUSÃO


            Quanto maior for o potencial-padrão (E⁰) de um metal, mais fácil será a redução e mais difícil será a oxidação. No seguimento desta ideia, quanto menor for o potencial-padrão, mais difícil será a redução e mais fácil será a oxidação. Assim, em caso de competição entre diferentes espécies, é oxidada a espécie pertencente ao par conjugado de oxidação-redução com menor potencial-padrão de elétrodo (redutor mais forte) e é reduzida a espécie pertencente ao par conjugado de oxidação-redução com maior potencial-padrão de elétrodo.
Pela análise da fila de reatividade dos metais, depreendemos que a tendência do alumínio se oxidar é superior à do ferro, que por sua vez é maior que a do cobre, ou seja, o potencial-padrão do alumínio é menor que o so ferro e o deste último é inferior ao do cobre.
            O efeito produzido pelo pH do meio na velocidade de oxidação dos metais não é igual para todos eles. No caso do ferro e do alumínio, a velocidade de oxidação aumenta tanto para valores de pH muito baixos como para os muito elevados. Já no caso do cobre, a velocidade de oxidação diminui com o aumento do pH do meio.
Com o passar do tempo, os objetos de cobre tornam-se esverdeados e os de ferro enferrujam, tornando-se avermelhados. Em alguns metais, como o alumínio, a corrosão é rápida, mas acontece um fenómeno interessante: a camada de óxido formada na surpefície protege o metal do oxigénio e impede a contaminação do processo.
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc18/A12.PDF
http://quimicanastaipas.wordpress.com/a-quimica-e-a-arte/
http://educa.fc.up.pt/ficheiros/fichas/878/Introdu%E7%E3o.pdf

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