Química é uma disciplina opcional que integra o plano de estudo do Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias referente ao 12ºano. Tem como objetivo proporcionar aos alunos uma visão mais abrangente da química de maneira a oferecer uma maior motivação por parte de quem aprende, estimular o hábito de relacionar o que se aprende com o que nos rodeia, desenvolver as competências de trabalho como a autonomia, sentido crítico, adaptabilidade e boa comunicação, aptidões que serão essenciais para o sucesso no ensino superior.

Como tema para o projeto a desenvolver ao longo do respetivo ano letivo, decidimos debruçar-mo-nos sobre a Arte, designando o nosso tema de “Química e a Arte”.

A arte é o conceito que engloba todas as criações realizadas pelo ser humano para expressar uma visão sensível do mundo através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros de maneira a expressar ideias, emoções, perceções e sensações.

O grupo optou por trabalhar ao longo do ano a relação entre a química e a arte porque a arte está presente no nosso dia-a-dia, vivemos rodeados de obras artísticas e estamos cientes que para a criação dessas obras-primas, a química esteve como base. Então podemos afirmar que a arte começa com a química e é essa afirmação que pretendemos comprovar com o projeto a realizar ao longo do ano letivo.





domingo, 22 de março de 2015

Síntese de Pigmentos

INTRODUÇÃO


Nesta actividade experimental, iremos sintetizar pigmentos, através de reacções de precipitação, nomeadamente o amarelo de crómio, azul de Prússia, verde verditer, branco cré e castanho, a partir dos devidos reagentes. Pretendemos compreender o fundamento químico associado à síntese de pigmentos e também obter em moderada quantidade os pigmentos de maneiras a usá-los posteriormente noutras experiências.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Pigmentos


Os pigmentos são substâncias químicas de origem inorgânica, sólidas e particuladas usadas para conferir cor a um objeto quando incorporado ou aplicado neste. Devem ser insolúveis nos materiais a colorir, quimicamente inertes de maneira a resistirem á luz, ao calor, á humidade e ao ar e o mais puro e consistente possível para produzir coloração e evitar contaminação.
A cor exibida pelos pigmentos resulta da reflexão de certos comprimentos de onda do espectro electromagnético visível. Como os materiais reflectem e absorvem de desigual modo essa radiação, então exibem assim diferentes colorações. Por exemplo, a cor de um pigmento vermelho resulta deste absorver, sobretudo as componentes de outras cores e reflectir predominantemente a componente vermelha. A cor branca observa-se quando a luz não é absorvida, sendo toda reflectida à superfície e na cor preta ocorre o oposto.


                                                                Figura 1- Espectro eletromagnético.

Processos de obtenção dos pigmentos


Os pigmentos podem ser obtidos naturalmente com os processos de purificação (malaquite, ocres e azuis ultramarinos naturais, por exemplo), ou compostos resultantes da calcinação de produtos de origem animal (negro de osso ou negro de marfim), vegetal (negro de videira) ou mineral (terra de siena queimada), ou são obtidos a partir de diferentes matérias-primas através de processos químicos de síntese (como os realizados pelo grupo). Em termos químicos, correspondem, sobretudo a óxidos, carbonatos ou sulfuretos de alguns metais de transição, designadamente cobre, ferro, crómio e cobalto, ou de outros metais dos grupos principais da tabela periódica, como o chumbo.

O pigmento amarelo de crómio,  PbCrO,apresenta uma coloração amarela forte; foi descoberto em 1818, é um dos pigmentos mais utilizados na pintura. É formado apartir da reação química:


Pb(NO) (aq) + KCrO (aq)→ PbCrO (s) + 2KNO (aq)


Figura 2-Coloração do pigmento Amarelo de Crómio


O azul de Prússia, Fe₄[Fe(CN)₆]₃, distingue-se pela sua intensa coloração azul escuro; descoberto em 1704, bastante empregado na pintura e tingimento de tecidos. Dá-se pela reação química:


4FeCl(aq) + 3K[Fe(CN)] (aq) → Fe [Fe(CN) ] (s) + 12KCl (aq)

             
Figura 3-Coloração do pigmento Azul de Prússia


O verde veridter,  CuCO₃, demonstra uma cor verde água; inventado em 1657 é um dos pigmentos menos utilazados na atualidade. Forma-se pela reação química seguinte:


Cu(NO) (aq) + NaCO(aq)→  CuCO (s) + 2NaNO (aq)


Figura 4-Coloração do pigmento Verde Verditer


O pigmento branco, CaCO₃, apresenta uma cor branco puro; utilizado desde da antiguidade, é um pigmento bastante usado na pintura. Dá-se pela reação química:


CaCl(aq) + NaCO(aq) → CaCO (s) + 2NaCl (aq)


Figura 5-Coloração do pigmento Branco Cré


O pigmento castanho, de coloração castanha avermelhada. Forma-se apartir dos reagentes:


NHFe(SO)(aq) + NaCO (aq)


Figura 6-Coloração do pigmento de Castanho



Material

Reagentes
-Gobelés (500 mL e 200 mL);

-Provetas (500 mL);

-Espatulas;

-Kitasato (500 mL);

-Varetas de vidro;

-Balança semi-analítica;

-Papel de filtro;

-Vidros de relógio;

-Bomba de vácuo;

-Esguicho;

-Funil de Büchner;

-Caixas de petri.

-Pb(NO) (evitar contacto com todo o corpo; deve usar-se luvas e mascaras de proteção na utilização deste reagentes);

-KCrO (evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);

-FeCl (evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);

-K[Fe(CN)];

-Cu(NO)₂;

-NaCO (evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);

-CaCl₂;

-NHFe(SO)((evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);

-Água destilada.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Amarelo de Crómio:


Azul de Prússia:


NOTA: Devem-se duplicar as medidas do protocolo por ser um pigmento de difícil obtenção.
A filtração da solução deve ser realizada múltiplas vezes.

Verde Verditer:




Branco Cré:

NOTA: Devem-se quadriplicar as medidas para obtenção de mais pigmento.

Castanho:




Figura 7-Esquema de montagem da atividade.

REGISTO DE DADOS/ OBSERVAÇÕES


Reagentes

Medições
-Pb(NO)

(8,50±0,01)g
-KCrO

(5,00±0,01)g  
-FeCl

(4,00±0,01)g
-K[Fe(CN)]

(2,00±0,01)g
-Cu(NO)

(10,00±0,01)g
-NaCO
(3,50±0,01)g
(1,20±0,01)g
(1,40±0,01)g
-CaCl

(1,20±0,01)g  
-NHFe(SO)

(1,40±0,01)g
-HO
(100,00±0,05)mL
(200,00±0,05)mL
(400,00±0,05)mL
(500,00±0,05)mL
(40,00±0,05)mL
(70,00±0,05)mL


Mudança de cor das soluções

Amarelo de Crómio:




Azul de Prússia:




Verde Verditer:




Branco Cré:



Castanho:




DISCUSSÃO DE RESULTADOS


A nível da síntese dos pigmentos através das reações de precipitação  nem todos tiveram a mesma facilidade quer no processo quer na obtenção de quantidades ideiais. O primeiro sintetizado foi o Amarelo de Crómio que foi um sucesso não só pela quantidade obtida, mas também pela facilidade na sua obtenção. Contrariamente ao primeiro, o Azul de Prússia foi obtido em pouca quantidade apesar das múltiplas filtrações deste (mesmo após a duplicação das quantidades), o que tornou o seu processo demorado e complicado. Em relação ao Branco Cré, obtivemos rapidamente e em uma moderada quantidade (uma vez que quadriplicamos as quantidades do protocolo).O Verde Verditer é dos mais complicado de sintetizar por ter um processo ligeiramente diferente mas a nível quantitativo obtivemos sucesso. E por último, o castanho obteve razoalmente. A nível da cor, obtivemos a cor que esperavamos na maioria nos pigmentos exceto no Castanho.

Pigmento

Quantidade
Dificuldade de obtenção
Amarelo de Crómio

Muita
Pouca

 Azul de Prússia

Pouca
Muita
Verde Verditer

Razoável
Alguma
Branco Cré

Razoável
Pouca

 Castanho

Razoável
Pouca

Assim podemos definir os pigmentos comparativamente com os que se aproximaram mais com o que esperavamos segundo esta ordem:

Amarelo de Crómio > Branco Cré > Verde Verditer > Castanho > Azul de Prússia

CONCLUSÃO


Nesta atividade, conseguimos sintezar e compreender o processo de obtenção de pigmentos apartir de reações químicas. Concluimos que apartir de reaçoes de precipitação, podemos sintetizar pigmentos que na sua maoiria são sulfatos, cromatos ou carbonatos de um metal. Entendemos ainda que nem todos os pigmentos são igualmente fáceis de obter. Mesmo assim, de maneira geral, obtivemos bons resultados dos quais iremos fazer uso futuramente.

WEBGRAFIA


http://www.ciul.ul.pt/~luisa/PLDTR/Pigmentos.pdf
http://www.ucmp.berkeley.edu/glossary/gloss3/pigments.html
http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/CFQ/SAFQB10/sa5.pdf
http://www.speleogenesis.info/directory/glossary/?term=pigment
http://planbuildmanage.biz/~quintaci/wp-content/uploads/2008/04/a-materia-de-que-e-feita-a-cor.pdf

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