Nesta
actividade experimental, iremos sintetizar pigmentos, através de reacções de
precipitação, nomeadamente o amarelo de crómio, azul de Prússia, verde verditer,
branco cré e castanho, a partir dos devidos reagentes. Pretendemos compreender
o fundamento químico associado à síntese de pigmentos e também obter em moderada
quantidade os pigmentos de maneiras a usá-los posteriormente noutras experiências.
Os
pigmentos são substâncias químicas de origem inorgânica, sólidas e particuladas
usadas para conferir cor a um objeto quando incorporado ou aplicado neste.
Devem ser insolúveis nos materiais a colorir, quimicamente inertes de maneira a
resistirem á luz, ao calor, á humidade e ao ar e o mais puro e consistente
possível para produzir coloração e evitar contaminação.
A
cor exibida pelos pigmentos resulta da reflexão de certos comprimentos de onda
do espectro electromagnético visível. Como os materiais reflectem e absorvem de
desigual modo essa radiação, então exibem assim diferentes colorações. Por exemplo,
a cor de um pigmento vermelho resulta deste absorver, sobretudo as componentes
de outras cores e reflectir predominantemente a componente vermelha. A cor
branca observa-se quando a luz não é absorvida, sendo toda reflectida à
superfície e na cor preta ocorre o oposto.
Figura 1- Espectro
eletromagnético.
Os
pigmentos podem ser obtidos naturalmente com os processos de purificação
(malaquite, ocres e azuis ultramarinos naturais, por exemplo), ou compostos
resultantes da calcinação de produtos de origem animal (negro de osso ou negro
de marfim), vegetal (negro de videira) ou mineral (terra de siena queimada), ou
são obtidos a partir de diferentes matérias-primas através de processos
químicos de síntese (como os realizados pelo grupo). Em termos químicos,
correspondem, sobretudo a óxidos, carbonatos ou sulfuretos de alguns metais de
transição, designadamente cobre, ferro, crómio e cobalto, ou de outros metais
dos grupos principais da tabela periódica, como o chumbo.
O
pigmento amarelo de crómio, PbCrO₄,apresenta
uma coloração amarela forte; foi descoberto em 1818, é um dos pigmentos mais
utilizados na pintura. É formado apartir da reação química:
Pb(NO₃)₂
(aq) + K₂CrO₄
(aq)→ PbCrO₄ (s) + 2KNO₃
(aq)
Figura 2-Coloração
do pigmento Amarelo de Crómio
O
azul de Prússia, Fe₄[Fe(CN)₆]₃, distingue-se pela sua intensa coloração azul escuro;
descoberto em 1704, bastante empregado na pintura e tingimento de tecidos.
Dá-se pela reação química:
4FeCl₃(aq)
+ 3K₄[Fe(CN)₆]
(aq) → Fe₄ [Fe(CN) ₆]₃
(s) + 12KCl (aq)
Figura
3-Coloração do pigmento Azul de Prússia
O
verde veridter, CuCO₃, demonstra uma cor
verde água; inventado em 1657 é um dos pigmentos menos utilazados na
atualidade. Forma-se pela reação química seguinte:
Cu(NO₃)₂
(aq) + Na₂CO₃(aq)→ CuCO₃
(s) + 2NaNO₃ (aq)
Figura 4-Coloração
do pigmento Verde Verditer
O
pigmento branco, CaCO₃, apresenta uma cor branco puro; utilizado desde da
antiguidade, é um pigmento bastante usado na pintura. Dá-se pela reação
química:
CaCl₂(aq)
+ Na₂CO₃(aq)
→ CaCO₃ (s) + 2NaCl (aq)
Figura 5-Coloração
do pigmento Branco Cré
O
pigmento castanho, de coloração castanha avermelhada. Forma-se apartir dos reagentes:
NH₄Fe(SO₄)₂(aq)
+ Na₂CO₃
(aq)
Figura 6-Coloração
do pigmento de Castanho
Material
|
Reagentes
|
-Gobelés (500 mL e 200 mL);
-Provetas (500 mL);
-Espatulas;
-Kitasato (500 mL);
-Varetas de vidro;
-Balança semi-analítica;
-Papel de filtro;
-Vidros de relógio;
-Bomba de vácuo;
-Esguicho;
-Funil de Büchner;
-Caixas de petri.
|
-Pb(NO₃)₂ (evitar contacto com todo o corpo; deve usar-se luvas e
mascaras de proteção na utilização deste reagentes);
-K₂CrO₄ (evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);
-FeCl₃ (evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);
-K₄[Fe(CN)₆];
-Cu(NO₃)₂;
-Na₂CO₃ (evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);
-CaCl₂;
-NH₄Fe(SO₄)₂((evitar todo o cantacto com a pele,mucosas e olhos; não inalar vapores);
-Água destilada.
|
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Amarelo de Crómio:
Azul de Prússia:
NOTA:
Devem-se duplicar as medidas do protocolo por ser um pigmento de difícil obtenção.
A
filtração da solução deve ser realizada múltiplas vezes.
Verde Verditer:
NOTA:
Devem-se quadriplicar as medidas para obtenção de mais pigmento.
Castanho:
Figura 7-Esquema
de montagem da atividade.
Reagentes
|
Medições
|
-Pb(NO₃)₂
|
(8,50±0,01)g
|
-K₂CrO₄
|
(5,00±0,01)g
|
-FeCl
|
(4,00±0,01)g
|
-K₄[Fe(CN)₆]
|
(2,00±0,01)g
|
-Cu(NO₃)₂
|
(10,00±0,01)g
|
-Na₂CO₃
|
(3,50±0,01)g
(1,20±0,01)g
(1,40±0,01)g
|
-CaCl₂
|
(1,20±0,01)g
|
-NH₄Fe(SO₄)₂
|
(1,40±0,01)g
|
-H₂O
|
(100,00±0,05)mL
(200,00±0,05)mL
(400,00±0,05)mL
(500,00±0,05)mL
(40,00±0,05)mL
(70,00±0,05)mL
|
Amarelo de Crómio:
Azul de Prússia:
Verde Verditer:
Branco Cré:
Castanho:
A
nível da síntese dos pigmentos através das reações de precipitação nem todos tiveram a mesma facilidade quer no
processo quer na obtenção de quantidades ideiais. O primeiro sintetizado foi o
Amarelo de Crómio que foi um sucesso não só pela quantidade obtida, mas também
pela facilidade na sua obtenção. Contrariamente ao primeiro, o Azul de Prússia
foi obtido em pouca quantidade apesar das múltiplas filtrações deste (mesmo
após a duplicação das quantidades), o que tornou o seu processo demorado e
complicado. Em relação ao Branco Cré, obtivemos rapidamente e em uma moderada
quantidade (uma vez que quadriplicamos as quantidades do protocolo).O Verde
Verditer é dos mais complicado de sintetizar por ter um processo ligeiramente
diferente mas a nível quantitativo obtivemos sucesso. E por último, o castanho
obteve razoalmente. A nível da cor, obtivemos a cor que esperavamos na maioria
nos pigmentos exceto no Castanho.
Pigmento
|
Quantidade
|
Dificuldade
de obtenção
|
Amarelo de Crómio
|
Muita
|
Pouca
|
Azul de Prússia
|
Pouca
|
Muita
|
Verde Verditer
|
Razoável
|
Alguma
|
Branco Cré
|
Razoável
|
Pouca
|
Castanho
|
Razoável
|
Pouca
|
Assim
podemos definir os pigmentos comparativamente com os que se aproximaram mais
com o que esperavamos segundo esta ordem:
Amarelo de Crómio >
Branco Cré > Verde Verditer > Castanho > Azul de Prússia
Nesta
atividade, conseguimos sintezar e compreender o processo de obtenção de
pigmentos apartir de reações químicas. Concluimos que apartir de reaçoes de precipitação,
podemos sintetizar pigmentos que na sua maoiria são sulfatos, cromatos ou
carbonatos de um metal. Entendemos ainda que nem todos os pigmentos são igualmente
fáceis de obter. Mesmo assim, de maneira geral, obtivemos bons resultados dos
quais iremos fazer uso futuramente.
http://www.ciul.ul.pt/~luisa/PLDTR/Pigmentos.pdf
http://www.ucmp.berkeley.edu/glossary/gloss3/pigments.html
http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/CFQ/SAFQB10/sa5.pdf
http://www.speleogenesis.info/directory/glossary/?term=pigment
http://planbuildmanage.biz/~quintaci/wp-content/uploads/2008/04/a-materia-de-que-e-feita-a-cor.pdf
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