Química é uma disciplina opcional que integra o plano de estudo do Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias referente ao 12ºano. Tem como objetivo proporcionar aos alunos uma visão mais abrangente da química de maneira a oferecer uma maior motivação por parte de quem aprende, estimular o hábito de relacionar o que se aprende com o que nos rodeia, desenvolver as competências de trabalho como a autonomia, sentido crítico, adaptabilidade e boa comunicação, aptidões que serão essenciais para o sucesso no ensino superior.

Como tema para o projeto a desenvolver ao longo do respetivo ano letivo, decidimos debruçar-mo-nos sobre a Arte, designando o nosso tema de “Química e a Arte”.

A arte é o conceito que engloba todas as criações realizadas pelo ser humano para expressar uma visão sensível do mundo através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros de maneira a expressar ideias, emoções, perceções e sensações.

O grupo optou por trabalhar ao longo do ano a relação entre a química e a arte porque a arte está presente no nosso dia-a-dia, vivemos rodeados de obras artísticas e estamos cientes que para a criação dessas obras-primas, a química esteve como base. Então podemos afirmar que a arte começa com a química e é essa afirmação que pretendemos comprovar com o projeto a realizar ao longo do ano letivo.





sábado, 21 de março de 2015

Síntese de Tintas

INTRODUÇÃO


Com esta atividade experimental, pretendemos dar continuidade à anterior experiência, a síntese de pigmentos. Assim, pretendemos obter tintas através dos pigmentos sintetizados bem como através de giz moído, utilizando uma mistura de óleo de linhaça ou cola branca.
A escolha desta atividade foi por sua vez selecionada, visto que está diretamente relacionada com o nosso tema, a química e a arte.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


A cor


A cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fotões sobre células especializadas da retina, que transmitem, através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso.
A cor é relacionada com os diferentes comprimentos de onda do espectro eletromagnético (Figura 1). São percebidas pelas pessoas, em faixa específica (zona do visível), e por alguns animais através dos órgãos de visão, como uma sensação que nos permite diferenciar os objetos do espaço com maior precisão. Assim, um objeto terá determinada cor se não absorver justamente os raios correspondentes à frequência daquela cor; por exemplo, um objeto é vermelho se absorve preferencialmente as frequências fora do vermelho.

                                  
Figura 1- Espectro eletromagnético na zona do visível.


Considerando as cores como luz, a cor branca resulta da sobreposição de todas as cores primárias (verde, azul e vermelho), enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma (Figura 2). Na natureza, esta decomposição origina um arco-íris.

          
                                                  Figura 2- Decomposição da luz num prisma.


Todas as cores possíveis podem ser especificadas de acordo com sua tonalidade, saturação e brilho, bem como podem ser representadas em termos de vermelho, verde e azul. Quando representadas segundo os seus tons, existem três tipos: cores primárias, secundárias e terciárias.

Cores primárias


As cores primárias são cores indecomponíveis, sendo o vermelho, o amarelo e o azul (Figura 3). Elas são chamadas de primárias porque não podem ser criadas através da mistura de outras cores. Cores primárias são a base da teoria das cores, pois com sua mistura é possível obter todas as outras cores.

Figura 3- Cores Primárias

Cores Secundárias


São as cores produzidas pela combinação de duas cores primárias em quantidades iguais e estão localizadas entre as cores primárias, justamente para indicar de quais cores são feitas. As cores secundárias são o violeta, o verde e o laranja (Figura 4).

Figura 4- Cores secundárias.

Cores Terciárias


São combinações das primárias e secundárias. Há seis cores terciárias: vermelho-laranja, amarelo-laranja, amarelo-verde, azul-violeta, azul-verde e vermelho-violeta (Figura 5). Na composição desses nomes, tais como “vermelho- laranja”, deve-se colocar o nome da cor primária inicialmente, para indicar um excesso de sua cor em relação à cor secundária.

Figura 5- Cores terciárias.

As tintas


A tinta é uma dispersão, ou seja, uma mistura de várias substâncias, pigmentos, água e/ou solventes, em que as partículas sólidas, com dimensões entre 1 µm e 1nm, encontram-se distribuídas num componente volátil (água ou solventes orgânicos).

As primeiras utilizações de tintas datam de há 40 000 anos quando os primeiros Homo Sapiens pintaram nas paredes das cavernas figuras, recorrendo a pigmentos de Ocre, Hematite, Óxido de Manganésio e Carvão Vegetal. Atualmente, a utilização de tintas têm várias finalidades nos tempos que correm, pois é muito comum e aplica-se praticamente em qualquer tipo de objeto. Hoje em dia, deparamo-nos com a sua aplicação em vários tipos de bricolagem, decoração, indústria, tecidos e na construção civil, que são frequentemente utilizadas para proteger e dar cor a objetos ou superfícies, e também como forma de expressar a arte.

MATERIAL


-Gobelés;
-Varetas de vidro;
-Pigmentos;
-Óleo de linhaça;
-Cola branca;
-Pincéis;
-Folhas de papel cavalinho;
-Boiões de plástico.

PROCEDIMENTO


1.         Colocaram-se os pigmentos obtidos e o giz moído nos diferentes gobelés, devidamente separados por cores;


2.         Juntou-se o óleo de linhaça/cola branca ao pigmento;



3.         Misturou-se bem com uma vareta de vidro até obtermos uma consistência de tinta guache;



4.         Guardaram-se as tintas em boiões de plástico;



5.         Por fim, testaram-se as tintas em folhas de papel cavalinho.

REGISTO DE DADOS/OBSERVAÇÕES

Observa-se que a partir de um determinado tempo, a tinta feita a partir de óleo de linhaça mantém-se elástica e decompõe-se superficialmente enquanto a camada por baixo se mantém intacta. Quando aplicada, constata-se a presença de uma camada gordurosa nas bermas da tinta e depois de seca verifica-se que a tinta não se fixou como o pretendido.
Em relação às tintas feitas a partir da cola, confere-se uma melhor adesão ao papel. Por sua vez, tem menor durabilidade do que as tintas produzidas com o óleo de linhaça, uma vez elaboradas com cola, num curto espaço de tempo estas iniciam um processo se secagem, dificultando uma futura utilização das mesmas.


DISCUSSÃO DE RESULTADOS


Ao longo desta experiência deparamo-nos com algumas entraves, uma delas foi o facto de as tintas não terem ficado com a textura esperada quando passadas para o papel.
Quanto às tintas obtidas através da junção dos pigmentos com o óleo de linhaça, deduzimos que o produto final não foi devidamente obtido, porque adquirimos uma tinta pastosa em vez de uma tinta fluída e de mais fácil utilização. Passados alguns dias guardadas nos boiões, o pigmento individualizou-se do óleo de linhaça sendo impossível voltar a homogeneizá-los. Este facto leva-nos a chegar à conclusão de que a validade do óleo já estava bastante passada, o que não facilitou esta atividade.
Em relação às tintas produzidas com a cola, tivemos também certas dificuldades em obter uma tinta com uma durabilidade minimamente pretendida, uma vez que passado um certo período de tempo, a tinta começava a endurecer dificultando o seu aproveitamento. Contudo, obtivemos bons resultados, pois, depois de secas, as cores ficaram muito brilhantes.
Resumindo, comparando o produto final quando passadas para o papel, concluímos que a tinta elaborada com cola foi a que teve mais sucesso, apesar de apresentar um certo relevo, visto que a tinta executada com o óleo de linhaça ao passar o dedo no desenho saía do papel como se fosse pó.

CONCLUSÃO


Ao longo deste trabalho, verificamos que as tintas têm um papel fundamental no nosso quotidiano, tendo várias utilidades referidas anteriormente na introdução, como por exemplo, na decoração, na proteção de metais e, no caso da nossa experiência, como uma forma de exprimir a arte.
Com esta atividade, conseguimos obter tintas sintetizadas de duas maneiras diferentes: uma delas através da junção dos pigmentos sintetizados com o óleo de linhaça e a outra através da mistura desses mesmos pigmentos com cola branca.
Os resultados não foram obtidos exatamente como esperávamos, mas de forma geral, esta experiência, síntese de tintas, foi realizada com sucesso.

BIBLIOGRAFIA E ANEXOS


http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg2/90.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tinta
http://www.casadacor.com/downloads/ft-tinta-oleo-linhaca-refinado.pdf

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