Com esta atividade experimental,
pretendemos dar continuidade à anterior experiência, a síntese de pigmentos.
Assim, pretendemos obter tintas através dos pigmentos sintetizados bem como
através de giz moído, utilizando uma mistura de óleo de linhaça ou cola branca.
A escolha desta atividade foi por sua
vez selecionada, visto que está diretamente relacionada com o nosso tema, a
química e a arte.
A cor é uma percepção visual
provocada pela ação de um feixe de fotões sobre células especializadas da
retina, que transmitem, através de informação pré-processada no nervo óptico,
impressões para o sistema nervoso.
A cor é relacionada com os diferentes
comprimentos de onda do espectro eletromagnético (Figura 1). São percebidas pelas pessoas, em faixa específica (zona
do visível), e por alguns animais através dos órgãos de visão, como uma
sensação que nos permite diferenciar os objetos do espaço com maior precisão.
Assim, um objeto terá determinada cor se não absorver justamente os raios
correspondentes à frequência daquela cor; por exemplo, um objeto é vermelho se
absorve preferencialmente as frequências fora do vermelho.
Figura 1- Espectro
eletromagnético na zona do visível.
Considerando as cores como luz, a cor
branca resulta da sobreposição de todas as cores primárias (verde, azul e
vermelho), enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser
decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma (Figura 2). Na natureza, esta decomposição
origina um arco-íris.
Figura 2- Decomposição
da luz num prisma.
Todas as cores possíveis podem ser
especificadas de acordo com sua tonalidade, saturação e brilho, bem como podem
ser representadas em termos de vermelho, verde e azul. Quando representadas
segundo os seus tons, existem três tipos: cores primárias, secundárias e
terciárias.
As cores primárias são cores
indecomponíveis, sendo o vermelho, o amarelo e o azul (Figura 3). Elas são chamadas de primárias porque não podem ser
criadas através da mistura de outras cores. Cores primárias são a base da
teoria das cores, pois com sua mistura é possível obter todas as outras cores.
Figura 3- Cores Primárias
São as cores produzidas pela
combinação de duas cores primárias em quantidades iguais e estão localizadas
entre as cores primárias, justamente para indicar de quais cores são feitas. As
cores secundárias são o violeta, o verde e o laranja (Figura 4).
Figura 4- Cores secundárias.
São combinações das primárias e
secundárias. Há seis cores terciárias: vermelho-laranja, amarelo-laranja, amarelo-verde,
azul-violeta, azul-verde e vermelho-violeta (Figura 5). Na composição desses nomes, tais como “vermelho-
laranja”, deve-se colocar o nome da cor primária inicialmente, para indicar um
excesso de sua cor em relação à cor secundária.
Figura 5- Cores terciárias.
A tinta é
uma dispersão, ou seja, uma mistura de várias substâncias, pigmentos, água e/ou
solventes, em que as partículas sólidas, com dimensões entre 1 µm e 1nm,
encontram-se distribuídas num componente volátil (água ou solventes orgânicos).
As
primeiras utilizações de tintas datam de há 40 000 anos quando os primeiros Homo Sapiens pintaram nas paredes das
cavernas figuras, recorrendo a pigmentos de Ocre, Hematite, Óxido de Manganésio
e Carvão Vegetal. Atualmente, a utilização de tintas têm várias finalidades nos
tempos que correm, pois é muito comum e aplica-se praticamente em qualquer tipo
de objeto. Hoje em dia, deparamo-nos com a sua aplicação em vários tipos de
bricolagem, decoração, indústria, tecidos e na construção civil, que são
frequentemente utilizadas para proteger e dar cor a objetos ou superfícies, e
também como forma de expressar a arte.
-Gobelés;
-Varetas de vidro;
-Pigmentos;
-Óleo de linhaça;
-Cola branca;
-Pincéis;
-Folhas de papel cavalinho;
-Boiões de plástico.
1. Colocaram-se
os pigmentos obtidos e o giz moído nos diferentes gobelés, devidamente
separados por cores;
2. Juntou-se o
óleo de linhaça/cola branca ao pigmento;
3. Misturou-se
bem com uma vareta de vidro até obtermos uma consistência de tinta guache;
4. Guardaram-se
as tintas em boiões de plástico;
5. Por fim,
testaram-se as tintas em folhas de papel cavalinho.
REGISTO DE
DADOS/OBSERVAÇÕES
Observa-se que a partir de um
determinado tempo, a tinta feita a partir de óleo de linhaça mantém-se elástica
e decompõe-se superficialmente enquanto a camada por baixo se mantém intacta.
Quando aplicada, constata-se a presença de uma camada gordurosa nas bermas da
tinta e depois de seca verifica-se que a tinta não se fixou como o pretendido.
Em relação às tintas feitas a partir
da cola, confere-se uma melhor adesão ao papel. Por sua vez, tem menor
durabilidade do que as tintas produzidas com o óleo de linhaça, uma vez
elaboradas com cola, num curto espaço de tempo estas iniciam um processo se
secagem, dificultando uma futura utilização das mesmas.
Ao longo desta experiência
deparamo-nos com algumas entraves, uma delas foi o facto de as tintas não terem
ficado com a textura esperada quando passadas para o papel.
Quanto às tintas obtidas através da
junção dos pigmentos com o óleo de linhaça, deduzimos que o produto final não
foi devidamente obtido, porque adquirimos uma tinta pastosa em vez de uma tinta
fluída e de mais fácil utilização. Passados alguns dias guardadas nos boiões, o
pigmento individualizou-se do óleo de linhaça sendo impossível voltar a
homogeneizá-los. Este facto leva-nos a chegar à conclusão de que a validade do
óleo já estava bastante passada, o que não facilitou esta atividade.
Em relação às tintas produzidas com a
cola, tivemos também certas dificuldades em obter uma tinta com uma
durabilidade minimamente pretendida, uma vez que passado um certo período de
tempo, a tinta começava a endurecer dificultando o seu aproveitamento. Contudo,
obtivemos bons resultados, pois, depois de secas, as cores ficaram muito
brilhantes.
Resumindo, comparando o produto final
quando passadas para o papel, concluímos que a tinta elaborada com cola foi a
que teve mais sucesso, apesar de apresentar um certo relevo, visto que a tinta
executada com o óleo de linhaça ao passar o dedo no desenho saía do papel como
se fosse pó.
Ao longo deste trabalho, verificamos
que as tintas têm um papel fundamental no nosso quotidiano, tendo várias
utilidades referidas anteriormente na introdução, como por exemplo, na
decoração, na proteção de metais e, no caso da nossa experiência, como uma
forma de exprimir a arte.
Com esta atividade, conseguimos obter
tintas sintetizadas de duas maneiras diferentes: uma delas através da junção
dos pigmentos sintetizados com o óleo de linhaça e a outra através da mistura
desses mesmos pigmentos com cola branca.
Os resultados não foram obtidos
exatamente como esperávamos, mas de forma geral, esta experiência, síntese de
tintas, foi realizada com sucesso.
http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg2/90.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tinta
http://www.casadacor.com/downloads/ft-tinta-oleo-linhaca-refinado.pdf
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