Química é uma disciplina opcional que integra o plano de estudo do Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias referente ao 12ºano. Tem como objetivo proporcionar aos alunos uma visão mais abrangente da química de maneira a oferecer uma maior motivação por parte de quem aprende, estimular o hábito de relacionar o que se aprende com o que nos rodeia, desenvolver as competências de trabalho como a autonomia, sentido crítico, adaptabilidade e boa comunicação, aptidões que serão essenciais para o sucesso no ensino superior.

Como tema para o projeto a desenvolver ao longo do respetivo ano letivo, decidimos debruçar-mo-nos sobre a Arte, designando o nosso tema de “Química e a Arte”.

A arte é o conceito que engloba todas as criações realizadas pelo ser humano para expressar uma visão sensível do mundo através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros de maneira a expressar ideias, emoções, perceções e sensações.

O grupo optou por trabalhar ao longo do ano a relação entre a química e a arte porque a arte está presente no nosso dia-a-dia, vivemos rodeados de obras artísticas e estamos cientes que para a criação dessas obras-primas, a química esteve como base. Então podemos afirmar que a arte começa com a química e é essa afirmação que pretendemos comprovar com o projeto a realizar ao longo do ano letivo.





segunda-feira, 23 de março de 2015

Eletrólise

INTRODUÇÃO


            Com esta experiência, pretendemos obter um efeito artístico a partir da eletrólise de uma solução de sulfato de sódio consolidando os conhecimentos sobre a electroquímica, nomeadamente as reacões redox da água, os circuitos electrolíticos tendo por base as leis de Faraday.

            Além disso, desejamos dar a conhecer as aplicações da eletrólise no nosso quotidiano, como por exemplo a purificação e protecção de metais tornando-os resistentes à corrosão e o isolamento de algumas espécies químicas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Galvanoplastia e anodização


            Galvanoplastia


O ato de recobrir uma superfície de metal com uma camada fina de outro metal é conhecido como galvanização. Esse processo é geralmente usado a fim de melhorar a aparência da peça, aumentar a sua durabilidade, garantir ao material maior espessura, condutividade, lubrificação e torná-la mais resistente à corrosão. O objeto que vai receber o banho faz o papel do cátodo, o pedaço que vai recobri-lo é o ânodo e o eletrólito contém um composto desse metal.


Por exemplo:
®    Se uma placa de aço deve receber uma camada de estanho, este será usado como ânodo e uma solução de sulfato de estanho será usada como eletrólito.
®    Quando a corrente elétrica é ligada, os iões positivos de estanho migram através da solução até o aço, formando uma camada de estanho na sua superfície. É o processo no qual uma peça metálica, recebe o revestimento de outro metal, através da eletrólise aquosa de um sal.


Esse também é o processo que permite revestir anéis com uma camada de ouro e faqueiros com uma camada de prata. O ferro galvanizado consiste no ferro que recebeu uma camada superficial de zinco por eletrólise.


Anodização


A anodização é uma forma de resguardar certos metais contra a corrosão, é a formação de uma camada protetora superficial de um óxido do próprio metal. Um processo de anodização bastante conhecido é o caso do alumínio.

Eletrólise


Eletrólise é o processo químico no qual uma reação de oxidação-redução é provocada pela corrente elétrica de forma não espontânea. A reação redox é aquela em que há transferência de eletrões entre os átomos do sistema.
A eletrólise é muito utilizada na indústria, pois por meio dela é possível isolar algumas substâncias fundamentais para muitos processos de produção, como o alumínio (Al), o sódio (Na), o magnésio (Mg), o potássio (K), o ferro metálico (Fe2), o gás cloro (Cl2), o hidróxido de sódio (NaOH), etc. Além disso, também é um processo que purifica e protege (revestimento) vários metais.



Exemplo:
Para compreender melhor como funciona o processo de eletrólise, vamos analisar uma reação muito comum:

NaCl ® Na+ + Cl-

®    Sabemos que esta é uma reação espontânea, ou seja, não precisa de uma interferência externa para ocorrer. Naturalmente, o sódio, por ser um metal, tende a ceder eletrões, (reação de oxidação), enquanto o cloro, por ser não metal, tende a receber eletrões, (reação de redução). Por outro lado, se quisermos que ocorra o inverso disso, isto é, que o sódio receba eletrões e o cloro perca eletrões, podemos forçar essa reação por meio da passagem de corrente elétrica. Noutras palavras, podemos submeter o cloreto de sódio ao processo de eletrólise.


A eletrólise é realizada em circuitos eletrolíticos e apenas se dá com o fornecimento de energia por meio de um gerador, como uma pilha, por exemplo. Estes circuitos em geral, são constituídos por dois elétrodos, onde ocorrerão duas semirreações: uma reação de oxidação (perda de eletrões) e uma reação de redução (ganho de eletrões). O elétrodo no qual acontece a oxidação recebe o nome de ânodo, enquanto o elétrodo em que ocorre a redução é chamado de cátodo. Esses elétrodos costumam ser inertes, podendo ser formados por platina ou grafite.
Além dos elétrodos, o circuito eletrolítico também é formado por um eletrólito, que é o meio (geralmente uma solução) em que os elétrodos são imersos, cuja função é conduzir a corrente elétrica do ânodo para o cátodo sob a forma de iões. No circuito, essa solução fica armazenada num recipiente denomina célula (ou cuba) eletrolítica.
Por fim, o circuito é fechado por um gerador elétrico, que fornece a energia necessária para provocar a reação. Para entender como esta acontece, observemos o esquema a seguir:


Figura 1- Esquema de um circuito eletrolítico.

O gerador “puxa” os eletrões do polo positivo (ânodo) da cuba eletrolítica e transfere-os para o polo negativo (cátodo). Isso é mostrado pelas semirreações:

1ª Semirreação: o gerador atrai os aniões A- para o polo positivo e força-os a perder eletrões:


2ª Semirreação: o gerador faz com que os catiões B+ recebam os eletrões:


Eletrólise ígnea e aquosa


Para que o processo eletrolítico ocorra, é necessário que a passagem de corrente elétrica seja contínua e tenha uma voltagem suficiente para desencadear a reação. Além disso, ainda é preciso que os iões envolvidos no sistema se movimentem livremente, e isso dá-se quando a substância submetida ao processo eletrolítico esteja fundida, que chamamos de eletrólise ígnea, ou em solução aquosa, denominada eletrólise em meio aquoso. Vejamos a diferença entre estas a seguir:


Eletrólise Ígnea: ocorre quando a passagem de corrente elétrica dá-se numa substância iónica liquefeita, isto é, fundida. Daí a origem do nome “ígnea”, uma palavra que vem do latim, ígneus, que significa “inflamado, ardente”, uma vez que é necessário aquecer a substância a altas temperaturas para que ela se funda.
Esse tipo de reação é muito utilizado na indústria, principalmente para a produção de metais. Vejamos o exemplo de eletrólise do cloreto de sódio (NaCl): no seu estado fundido, o cloreto de sódio, um composto iónico, pode ser eletrolisado para formar sódio metálico e gás cloro. No NaCl fundido, os catiões e os aniões são Na+ e Cl-, respetivamente.
A figura é um diagrama simplificado de uma célula de Downs, que é usada para a eletrólise em grande escala do NaCl.


Figura 2- Célula de Downs simplificada.





Eletrólise Aquosa: neste caso, fazem parte os iões da substância dissolvida (soluto) e da água. Na eletrólise do cloreto de sódio em meio aquoso são produzidos o hidróxido de sódio (NaOH), o gás hidrogénio (H2) e o gás cloro (Cl2). Dá-se como:



Foram formados dois catiões (Na+ e H+) e dois aniões (Cl- e OH-). Porém, apenas um catião (H+) e um anião (Cl-) sofreram as descargas do elétrodo, os outros iões foram apenas espectadores nessa eletrólise.
Como mostra a equação global, a concentração de iões Cl- diminui durante a eletrólise e a dos dois iões OH- aumenta, Portanto, para além de H2 e Cl2, pode obter-se o produto secundário, NaOH, evaporando a solução aquosa no fim da eletrólise.
Isto ocorre em todas as eletrólises em meio aquoso: apenas um dos catiões e um dos aniões são participantes. Para determinarmos quais serão os participantes e quais serão os espectadores, existe uma ordem de facilidade de descarga, conforme mostrado na lista abaixo:

Figura 3- Esquema relativo à facilidade de descarga dos eletrões por ordem crescente.

Deste modo, consultando a lista, vemos que o catião H+ tem mais facilidade de descarga que o Na+ que é um metal alcalino. E, no que diz respeito aos aniões, o Cl- é um anião não oxigenado e mais reativo que OH-.


Aspetos quantitativos da eletrólise



            O físico-químcio inglês Michael Faraday (1791-1867) estudou a eletrólise e criou duas leis que permitem relacionar aspetos quantitativos desse processo e determinar o rendimento da produção, a quantidade de matéria-prima necessária, o tempo de duração do processo e a corrente elétrica que será aplicada.


1ª lei de Faraday

“A massa de uma substância formada ou transformada em qualquer um dos elétrodos, assim como a massa da substância decomposta, por eletrólise é diretamente proporcional à quantidade de eletricidade que atravessa a solução.”. Sabe-se que a corrente elétrica, nas soluções, é transportada unicamente pelos iões que, durante a eletrólise, se deslocam para os elétrodos de carga oposta, descarregando-se neles. Portanto, quanto maior for a quantidade de eletricidade que atravessa a solução, maior será a quantidade de substâncias correspondentes que aparecem nos elétrodos.


2ª lei de Faraday

“A mesma quantidade de eletricidade provoca a libertação junto dos elétrodos, assim como a decomposição de várias substâncias em quantidades proporcionais aos seus equivalentes químicos.”.
Por exemplo, experimentalmente conclui-se que quando 96 500 coulombs (unidade SI de carga elétrica) através de uma solução de nitrato de prata, libertava-se no cátodo 1 equivalente-grama de prata (isto é, 107,87g). De acordo com a segunda lei de Faraday, a mesma quantidade de eletricidade provocará o aparecimento, durante a eletrólise de soluções de outros eletrólitos, de uma quantidade eequivalente, isto é, de um equivalente-grama de qualquer outro elemento, por exemplo, 63,54/2 g de Cu. A quantidade de eletricidade necessária para libertar 1 equivalente-grama de qualquer substância, junto de um elétrodo, chama-se faraday e designa-se pelo símbolo F. Um faraday equivale a: F= 96 500 coulombs.
Os átomos-grama de todos os elementos contém o mesmo número de átomos (6,02 x 1023). E cada ião Ag+, ao descarregar-se no cátodo, capta um eletrão. Portanto, para que se forme um átomo-grama, isto é, 107,87g de prata no cátodo, teremos de utilizar 6,02 x 1023 eletrões. A sua carga total é precisamente igual a um faraday, ou seja, 96 500 coulombs.
Se a mesma quantidade de eletricidade passar através duma solução de CuSO4, como cada ião Cu2+, recebe no cátodo não um mas dois eletrões, formar-se-ão (6,02 x 1023)/2 átomos de cobre, isto é, 1/2 átomos-grama ( 63,54/2 g), ou seja, duas vezes menos do que com a prata.


MATERIAL


-Caixa de petri;
-Íman;
-Gerador de energia;
-2 placas de grafite;
-Vareta;
-Conta-gotas.

REAGENTES


-Indicador azul de bromotimol;
-Água;
-Sulfato de sódio.




PROCEDIMENTO


1.      Posicionou-se o íman centralizado debaixo da caixa de petri;


2.      Preparou-se uma solução de 50ml de sulfato de sódio;

3.      Transferiu-se a solução para a caixa de petri;


4.      Adicionou-se o indicador azul de bromotimol até adquirir uma cor esverdeada;

 
5.      Conectou-se os dois polos da fonte a cada uma das placas de grafite;


6.      Mergulhou-se as placas de grafite na solução junto de cada polo do íman.



REGISTO DAS OBSERVAÇÕES

Pudemos observar a formação de expirais com efeitos espantosos visualizando-se a individualização de cada uma das cores (azul e amarelo) que constituem a cor verde; E ainda se notou a formação de gases numa das placas de grafite.
Aquando à inversão das placas de grafite relativamente aos polos do íman, pudemos reparar que o inverso aconteceu: as espirais formaram-se na direcção oposta, bem como a individualização das cores.


DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Para cada faixa de pH, o indicador azul de bromotimol apresenta uma coloração. Em meio neutro, a cor indicada é verde, em meio ácido é amarelo, e em meio básico, azul. Depois de adicionado o indicador azul de bromotimol, a solução de sulfato de sódio exibia uma coloração esverdeada, uma vez que a solução é neutra.
Na eletrólise do sulfato de sódio em meio aquoso, a água é oxidada, no ânodo, conforme a seguinte semirreação:


2 H2O (l) → O2 (g) + 4H+ (aq) + 4e-


Como são produzidos iões H+, o meio torna-se ácido e a solução apresenta-se amarela na região do elétrodo positivo.
No eléctrodo negativo, cátodo, a água é reduzida:


2 H2O (l) + 2e- → H2 (g) + 2 OH- (aq)


Com a produção dos iões OH- o meio torna-se básico e a cor indicada na região do elétrodo negativo é azul.
Nem o ião Na+ nem o ião SO42- participam nas reacções dos elétrodos, dado que é mais fácil oxidar a água do que oxidar o SO42- e ainda, a facilidade com que se reduz a água é maior do que a com que se reduz o Na+.
Os iões presentes na solução são atraídos pelos elétrodos de carga oposta. Deste modo os catiões, os iões H+, são atraídos pelo polo negativo e os aniões. Iões OH- pelo polo positivo. Como o campo magnético altera a trajetória destes iões o resultado é um conjunto de espirais.
Na eletrólise, utilizamos uma fonte externa de voltagem para efectuar uma transformação química. Já estudamos reações de oxidação redução de cuja ocorrência espontânea é possível obter corrente elétrica. As reações inversas, não espontâneas, requerem, pois, trabalho elétrico para terem lugar.
A célula eletrolítica é constituída por uma fonte de energia, elétrodos e o eletrólito, um composto iónico. Cada ião no eletrólito tende a mover-se em direção ao elétrodo de carga oposta. Os catiões recebem eletrões no elétrodo negativo e são reduzidos e os aniões são oxidados no elétrodo positivo. 


Neste caso em particular (eletrólise do sulfato de sódio em meio aquoso), os elétrodos são os dois pedaços de grafite (elétrodos inertes- não reagem frente aos compostos que estão a ser eletrolizados) e o eletrólito é a solução de sulfato de sódio.



Como o indicador azul de bromotimol, tinha sido adicionado à solução, com a produção dos iões H+ e os iões OH-, a solução exibia duas cores: amarelo e azul.
Os catiões, os iões H+, são atraídos pelo polo negativo e os aniões, iões OH-, pelo polo positivo. Como o campo magnético altera a trajetória destes iões, o resultado é um conjunto de expirais admiráveis, visualizadas em função das diferentes cores que surgem na solução.

CONCLUSÃO

Com esta experiência, conseguimos criar um efeito artístico a partir da eletrólise de uma solução de sulfato de sódio, com o objetivo de consolidar os conhecimentos sobre eletroquímica: reações redox, circuitos eletrolíticos, tendo por base as leis de Faraday.
Como reações redox, é apresentada a reação catódica e a reação anódica da água que permitirá o surgimento do efeito. Servindo-se como fonte de energia o gerador de energia, como elétrodos, os pedaços de grafite e como eletrólito, o composto iónico da solução de sulfato de sódio. Na célula eletrolítica verifica-se o movimento de cada ião no eletrólito em direção ao elétrodo de carga oposta. Então, os catiões são reduzidos e os aniões são oxidados.
Por fim, ficamos a conhecer as aplicações da eletrólise no nosso quotidiano, como por exemplo a purificação e proteção de metais tornando-os resistentes à corrosão e o isolamento de algumas espécies químicas.

WEBGRAFIA

http://www.infoescola.com/quimica/eletrolise/
http://www.soq.com.br/conteudos/em/eletroquimica/p4.php
http://www.mundoeducacao.com/quimica/eletrolise.htm
http://www.coladaweb.com/quimica/eletroquimica/eletrolise
https://www.youtube.com/watch?v=L26lbzdSAwA




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